Informativo

Dados fornecidos pelo Ministério da Saúde mostram que, em novembro de 2015, o número de nascidos vivos no Brasil era de 230.672, período em que a emergência por zika e microcefalia teve início. Um ano depois, o número caiu para 199.322, o que representa uma queda significativa em relação aos anos anteriores. No entanto, esses números podem não ser precisos, já que o registro de nascimentos não é imediato e a quantidade de nascidos vivos em 2016 pode ser alterada. Segundo o Ministério da Saúde, em virtude do caráter preliminar dos dados, “não é possível, neste momento, estabelecer relação entre o número de nascidos vivos e a microcefalia.”

O médico Fredi Alexander Diaz Quijano, professor do Departamento de Epidemiologia de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), começou a buscar informações sobre os nascimentos no Brasil em 2016 e constatou que a redução da taxa de natalidade pode envolver, também, outros fatores como a crise econômica e a instabilidade política. “A gente ainda tem que conferir a qualidade dos dados e não se pode descartar outras explicações, mas, se for essa a razão, é um achado bem interessante que fala do impacto que pode ter sobre a comunidade uma situação de pânico e alarme associado a um evento epidemiológico como a epidemia por zika”, diz ele.