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Taxistas e guardas de trânsito têm função pulmonar comprometida por poluição

05/12/2016

Pesquisa detectou doenças que afetam permanentemente os pulmões de trabalhadores

Pesquisa realizada pela Divisão de Pneumologia do Instituto de Coração do Hospital das Clínicas (Incor-HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) mostrou que pessoas que trabalham na rua, portanto expostos à poluição veicular constantemente, sofrem com doenças que causam perda funcional dos pulmões. O problema acomete taxistas, controladores de tráfego e funcionários do Instituto Florestal de São Paulo participaram do estudo, sendo as duas primeiras categorias as mais afetadas. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) aproximadamente 3,7 milhões de pessoas morreram em 2012 em decorrência da poluição.

Segundo Ubiratan de Paula Santos, médico pneumologista do HC e coordenador da pesquisa, pessoas expostas à poluição por longos períodos podem desenvolver doenças intersticiais fibrosantes. “Os tecidos pulmonares podem ser agredidos, alterando tanto as vias aéreas como o interstício pulmonar, dificultando as trocas gasosas e o enchimento adequado dos pulmões”, diz. O especialista também alerta que outras doenças podem ser provocadas pela exposição contínua à poluição, sendo que outros estudos já relacionaram esse tipo de poluição a complicações cardiovasculares, debilitação do sistema imunológicos e de hipertensão.

Em locais fechados, o nível de impurezas no ar reduz cerca de 40%, ou seja, vidros fechados auxiliam na prevenção contra esses danos. Realizada entre 2011 e 2013, a pesquisa apontou que o nível de exposição a poluentes é modificado em diferentes áreas urbanas.