15/09/2017
Pesquisadores vinculados a instituições de saúde e pesquisa nacionais e internacionais realizaram um estudo que alerta sobre a relação entre o HIV e o alto índice de acidentes cardiovasculares entre portadores do vírus. O trabalho de repercussão internacional contou com a participação do pesquisador Bruno Andrade, da Fiocruz Bahia.
Na infecção pelo HIV, a inflamação persistente está associada ao aumento do risco de complicações crônicas não infecciosas, como doença cardiovascular e tromboembólica. Neste estudo, os pesquisadores identificaram um subtipo específico de monócitos que expressam o fator tecidual (FT), que persistem mesmo após a supressão da carga viral, desencadeando coagulação.
Isso significa que, mesmo com o baixo número de vírus em decorrência da terapia antirretroviral, o sistema imunológico do paciente com HIV libera, ao longo do tempo, tais monócitos, induzindo à coagulação persistente e inflamação crônica. Tais coágulos acabam provocando acidentes cardiovasculares.
Os profissionais também descobriram que os monócitos indutores de coagulação e inflamação são capazes de reconhecer trombina, um produto da coagulação. O reconhecimento simultâneo de produtos microbianos e de trombina causa uma alça de amplificação que perpetua a coagulação e inflamação sistêmica na infecção pelo HIV, independente da eficácia de retrovirais.