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Jovens estão mais vulneráveis a doenças tropicais negligenciadas

05/04/2018

Doença de Chagas aguda, leishmaniose, malária e esquistossomose são algumas doenças tropicais negligenciadas (DTNs) que ainda constituem um grave problema de saúde pública no país. Uma pesquisa desenvolvida na Fiocruz Bahia mapeou a incidência de casos dessas infecções, por meio do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), que monitora as doenças do Brasil. O estudo realizado pelo pesquisador Fred Luciano Neves Santos, fruto de parceria entre instituições brasileiras e argentinas, identificou que crianças e adolescentes, de até 19 anos, estão mais propensos a adquirir estes parasitas, em regiões mais pobres.

De acordo com o artigo Neglected tropical diseases in Brazilian children and adolescents: data analysis from 2009 to 2013, publicado na revista Infectius Diseases of Poverty, a má nutrição e deficiência cognitiva são fatores que influenciam no desenvolvimento dessas doenças em crianças. O Brasil detém 95% dos casos de leishmaniose entre os 12 países que compõem a América Latina. Tais vulnerabilidades sanitárias proporcionam a infecção também por leishmaniose, malária e esquistossomose.

A investigação levantou informações dos 26 estados e o Distrito Federal. Ao todo, foram 65 mil casos divididos por microrregião, faixa etária, gênero, evolução e desordem clínica e co-infecção por HIV. A faixa de adolescentes de 15 a 19 anos teve a maior quantidade de casos, 21 mil, seguido por indivíduos de 10 a 14 anos, com 13 mil.