Informativo

Fatores de risco para episódios tromboembólicos em doentes anticoagulados com fibrilhação

03/04/2019

De acordo com uma investigação publicada no periódico BMJ Open , uma Relação Normalizada Internacional (international normalised ratio, INR) estável que evite a exposição a agentes antiplaquetários ou a medicamentos anti‑inflamatórios não esteroides (AINE) e a prevenção da doença hepática poderão reduzir tanto o risco de hemorragia como o risco de AVC residual em doentes anticoagulados com fibrilhação auricular (FA). 

Para o estudo, os investigadores analisaram os dados de 5310 doentes a receber antagonistas da vitamina K (AVK) na coorte do Registo Europeu de Episódios Tromboembólicos na FA (PREvention oF thromboembolic events-European Registry in AF, “PREFER in AF”) para ajudar a identificar fatores de risco para episódios tromboembólicos e hemorragia grave. As conclusões foram depois validadas utilizando dados de 3156 doentes a receber anticoagulantes orais não‑AVK (NOAC) da coorte de Prolongamento do “PREFER in AF” para prevenção de AVC na FA.

O estudo concluiu que a função hepática anormal, AVC anterior ou acidente isquémico transitório, INR instável, agentes antiplaquetários concomitantes ou AINE, insuficiência cardíaca e idade avançada (≥ 75 anos) estavam independentemente associados tanto a eventos tromboembólicos como a eventos hemorrágicos graves. Com a exceção de valores de INR instáveis, estes fatores de risco foram validados em doentes tratados com NOAC. 

“Tratar dos fatores de risco modificáveis é uma medida de tratamento importante em doentes anticoagulados com FA para reduzir eventos tromboembólicos e hemorrágicos”, afirmaram os autores acrescentando, “a iniciação de anticoagulação naquelas pessoas com risco de AVC não devem ser evitadas através de pontuações elevadas de risco de hemorragia”.