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Estudo da USP mostra relação do sistema nervoso central com a hipertensão

14/11/2018

Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) que estuda como o controle da hipertensão pode ser realizado partindo do entendimento que o sistema nervoso regula as funções do sistema cardiovascular conquistou a primeira colocação do Prêmio Alvaro Osório de Almeida, da Sociedade Brasileira de Fisiologia (SBFis). A premiação reconhece jovens cientistas que se destacam pela relevância, inovação e contribuição à área de Fisiologia.

A abordagem inovadora da pesquisa premiada é resultante do entendimento da hipertensão por meio de um olhar integrado da neurociência com o sistema cardiovascular. “Atualmente, há uma escola muito bem difundida no mundo no campo da neurociência que atribui como uma das causas da hipertensão um componente neural que participa do controle das funções cardiovasculares, chamada hipertensão neurogênica”, explica o professor Vagner Antunes.

Os pesquisadores partiram dessa premissa para entender os mecanismos fisiológicos relacionados às doenças crônicas cardiometabólicas, como hipertensão e diabetes e resistência à insulina. Outro diferencial do estudo está no olhar estratégico para uma parte do sistema nervoso autônomo pouco pesquisada: o sistema parassimpático. Os mecanismos simpático e parassimpático agem coordenadamente e produzem efeitos antagônicos que regulam várias funções do corpo humano frente aos estímulos do sistema nervoso.

Os resultados obtidos até agora apontam que o sistema parassimpático tem um papel importante no controle da hipertensão e também das doenças crônicas cardiometabólicas associadas. Com técnicas integradas de farmacogenética e terapias não farmacológicas como, por exemplo, exercício físico aeróbio, o grupo observou melhora nos índices metabólicos em modelos animais experimentais.