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Estudo apresenta relação entre enxaqueca e dor na articulação da mandíbula com o crânio

24/08/2017

Um estudo realizado por pesquisadores Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP) mostra que quanto mais frequente for a enxaqueca (migrânea crônica) mais severos são os sintomas da disfunção temporomandibular (DTM), que ocorre na articulação da mandíbula com o crânio. Exemplos desses sintomas são a dificuldade de mastigação e a tensão na articulação temporomandibular.

“Nosso estudo mostrou que um paciente que apresente migrânea crônica – aquela que ocorre em 15 ou mais dias por mês – tem o triplo de chances de relatar sintomas mais severos de DTM, se comparado a pacientes com migrânea episódica”, relata Lidiane Florencio, autora do estudo que integra o Projeto Temático Estudo da associação de aspectos clínicos, funcionais e de neuroimagem em mulheres com migrânea, apoiado pela FAPESP.

O estudo fez a avaliação de mulheres na faixa dos 30 anos. Do total, 21 apresentavam migrânea crônica, 32 migrânea episódica e as outras 32 não tinham migrânea. Além disso, foram observadas taxas de prevalência de sinais e sintomas de DTM em 54% das mulheres sem enxaqueca, 80% das com enxaqueca episódica e em 100% daquelas que apresentavam enxaqueca crônica.

“A repetição de casos de enxaqueca pode amplificar a sensibilização à dor. Nossa hipótese é que a enxaqueca atue como um fator que predispõe à DTM. Por outro lado, a DTM pode ser considerada um fator de perpetuação potencial para a enxaqueca, pois atua como uma entrada nociceptiva constante que contribui para manter a sensibilização central e os processamentos anormais de dor”, explica Lidiane. Diante dos resultados, os pesquisadores defendem que pacientes com enxaqueca devem ter os sintomas da DTM clinicamente examinados.