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Brasileiros propõem tratamento alternativo à cirurgia bariátrica

23/03/2017

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade mata 4,5 milhões de pessoas por ano. Entre as medidas indicadas para aqueles com índice de massa corporal (IMC) acima de 40, ou acima de 30 e que já apresentam comorbidades, está a cirurgia bariátrica. O procedimento, porém, só pode ser realizado se a abordagem clínica não foi bem-sucedida por dois anos.

O endocrinologista Flávio Cadegiani, membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, junto com outros dois profissionais de saúde, desenvolveu um novo protocolo para o tratamento de obesidade. No trabalho, publicado na revista BMC Obesity, o pesquisador defende uma abordagem classificada como agressiva, capaz de evitar que pacientes obesos façam a cirurgia.

No estudo feito com 43 pessoas, a bariátrica foi evitada em 93% delas em dois anos de tratamento. O método baseia-se, principalmente, em uma combinação de medicamentos, que incluem hormônios, redutor de gordura, antidepressivos e ansiolíticos. Estes dois últimos, no caso de compulsão alimentar.

Não é uma substituição à bariátrica, esclarece o médico, que também é pós-graduado em Nutrologia. “A cirurgia é segura e, quando recomendada corretamente, leva a melhoras significativas nos parâmetros metabólicos, à remissão do diabetes, ao aumento da função das células beta (que sintetizam a insulina) e à normalização dos níveis de glicose”, diz.

O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, João Caetano Marchesini, não se animou com o protocolo. Segundo ele, deveriam dividir os pacientes em grupos e comparar o índice de sucesso das estratégias por um tempo determinado.