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Brasileira cria tecnologia capaz de detectar HIV uma semana após infecção

06/03/2017

O Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha desenvolveu um biossensor capaz de detectar o HIV no organismo de uma pessoa apenas uma semana depois da infecção, afirmaram na quinta (23) pesquisadores do instituto.

Atualmente, para detectar a presença do vírus em um exame é preciso esperar cerca de 30 dias - período conhecido como "janela imunológica". A nova tecnologia antecipa o diagnóstico, possibilitando o início do tratamento antirretroviral, o que é essencial para impedir a disseminação do HIV para outras pessoas.

Os experimentos realizados com soro sanguíneo permitiram detectar uma proteína presente no Vírus da Imunodeficiência Humana do tipo 1 (HIV-1), o antígeno p24, por meio de um dispositivo particular. Este dispositivo permite que o p24 fique preso "entre as nanopartículas de ouro e as estruturas micromecânicas de silício", disse o pesquisador Javier Tamayo, do Instituto de Microeletrônica de Madri.

A nova tecnologia é capaz de detectar o antígeno em "concentrações 100.000 vezes inferiores" à dos sistemas atuais, afirmou no comunicado a brasileira Priscila Kosaka, uma das principais envolvidas no estudo. "Isto reduz a fase indetectável depois da infecção a apenas uma semana", acrescentou ela.

O biossensor “usa estruturas que são fabricadas com tecnologias bem estabelecidas em microeletrônica, o que permite sua produção em grande escala e a baixo custo", garantiu Tamayo.

Dois milhões e meio de pessoas são infectadas por ano no mundo pelo HIV, responsável pela Aids. O HIV-1 é o tipo mais comum e agressivo do vírus. Em 2015, 36,7 milhões de pessoas viviam com HIV no mundo.