Duas novas análises sistemáticas encontraram evidências limitadas quanto à eficácia da cannabis e de fitoterápicos baseados em cannabis no tratamento de dor crônica e no transtorno do estresse pós-traumático (TEPT).
A primeira análise examinou 27 estudos sobre dor crônica, encontrando níveis baixos de evidências dos benefícios da cannabis na dor neuropática, e evidências insuficientes em outras populações de dor. Os autores disseram que as evidências também são limitadas quanto à sua associação com o risco aumentado de efeitos adversos não sérios de curto prazo e efeitos adversos potencialmente sérios na saúde mental, como psicose.
Uma segunda análise também não encontrou evidências suficientes com relação aos benefícios e malefícios de preparados fitoterápicos baseados na cannabis em pacientes com TEPT. Os autores disseram que estudos observacionais têm mostrado que, em comparação ao não uso da substância, o uso de cannabis não reduziu os sintomas do TEPT. Além disso, os estudos tinham um risco médio a alto de viés. Os autores comentaram, contudo, que os vários estudos em andamento poderão fornecer resultados importantes em breve.
Em um editorial de acompanhamento, o Dr. Sachin Patel do Hospital Psiquiátrico Vanderbilt nos EUA disse que as análises “enfatizam a falta alarmante de dados de alta qualidade dos quais tirar conclusões firmes sobre a eficácia da cannabis para estas condições, para as quais está aprovada e é comumente usada”.
As análises e os editoriais foram publicados no Annals of Internal Medicine.