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Quimioterápico paclitaxel tem também efeito modulador na resposta imune

19/09/2018

Cientistas do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID) e da Universidade Federal do Ceará (UFC) descobriram que o paclitaxel, além de inibir o desenvolvimento de tumores, também reativa a resposta imune, combatendo o tumor em duas frentes. Indicado em casos de câncer de mama, pulmão, ovário e outros tipos de tumores, o medicamento estimulou o sistema imunológico de roedores.

O estudo publicado na revista Cancer Research também afirma que a ação alternativa do paclitaxel serve como um modulador da resposta imune e que, a partir do receptor TLR4, reprograma o macrófago para o fenótipo antitumoral M1.

Estudos anteriores apontaram que o paclitaxel teria um efeito alternativo de estimular o sistema imunológico de roedores. Também é conhecido que macrófagos apresentam dois fenótipos: um com ação pró-inflamatória e antitumoral (M1) e outro com propriedade anti-inflamatória que atua como um estimulador do crescimento do tumor (M2).

Na nova pesquisa, os autores uniram esses dois conceitos e descobriram que a ação alternativa do paclitaxel serve como um modulador da reposta imune e que, a partir do receptor TLR4, reprograma o macrófago para o fenótipo antitumoral M1. “Reunimos esses dois conceitos e descobrimos o efeito alternativo do quimioterápico. Identificar que o paclitaxel modula a resposta imune abre uma nova perspectiva de uso do medicamento”, explica Carlos Wagner Wanderley, primeiro autor do artigo.

Se confirmada em testes clínicos, a descoberta possibilita associar o paclitaxel a tratamentos mais modernos contra o câncer, como é o caso da imunoterapia, estratégia de tratamento que estimula o sistema imune do paciente a combater o tumor.