Informativo

Privação materna no início da vida altera crescimento e metabolismo

03/01/2017

Estudo da Unifesp revela que a privação materna no início da vida pode levar ao baixo peso na fase adulta

Pesquisa conduzida por Deborah Suchecki, coordenadora do Grupo de Estudos da Neurobiologia do Estresse e suas Desordens da Unifesp, revela que a privação materna no início da vida pode resultar em baixo peso na fase adulta. O déficit no desenvolvimento físico, observado em ratos adolescentes e adultos, se deve à redução da ingestão de alimentos, uma consequência direta do estresse ao qual foram submetidos durante o estudo.

Deborah analisou 30 ninhadas, divididas em 3 grupos, dois deles separados de suas respectivas mães durante 24 horas, período em que não foram alimentados, mas foram mantidos aquecidos, e comparados ao grupo que permaneceu intacto. Um dos grupos foi separado no terceiro dia de vida e, o outro, no 11º dia. Os ratos permaneceram junto às mães até o desmame, no 21º dia, quando foram alojados em duplas (irmãos do mesmo sexo) e alimentados livremente com ração padronizada. Durante 30 dias, foram avaliados o consumo de ração, diariamente, e o peso corporal, semanalmente.

A pesquisadora constatou que, apesar da livre demanda de alimento, os animais privados da mãe apresentavam peso menor em comparação ao grupo controle. Embora esses resultados lançam nova luz sobre os efeitos da perda do cuidado parental para o comportamento e o desenvolvimento neurológico de ratos, suas principais conclusões podem ser projetadas para investigações futuras sobre os efeitos em seres humanos. “A redução da ingestão de alimentos pode representar uma resposta adaptativa dos animais a ambientes imprevisíveis e incertos, um comportamento que tende a ser comum entre os mamíferos”, comemora a pesquisadora.