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Os danos poderão superar os benefícios ao tratar a PAS de 130-140 mm Hg

04/10/2019

De acordo com uma revisão e meta‑análise publicadas no jornal BMJ Open esta semana, a redução preventiva primária da tensão arterial no intervalo de tensão arterial sistólica (TAS) de 130-140 mm Hg não acrescenta benefícios cardiovasculares, mas aumenta, sim, o risco de acontecimentos adversos. 

Para o estudo, os investigadores examinaram dados de 18 ensaios aleatorizados controlados por placebo, incorporando 92.567 participantes, para avaliar o efeito do tratamento anti‑hipertensivo nos resultados no intervalo de TAS de 130‑140 mm Hg.

Os autores relataram que o tratamento anti-hipertensivo preventivo primário foi associado a um efeito neutro na mortalidade por todas as causas (risco relativo [RR]: 1,00; IC de 95%: 0,95-1,06) e nos eventos cardiovasculares graves (RR: 1,01; IC de 95%: 0,96-1,06). No entanto, observaram que ocorreu um aumento do risco de acontecimentos adversos que levaram à descontinuação (RR: 1,23; IC de 95%: 1,03-1,47). 

Na prevenção secundária da doença da artéria coronária (DAC), o tratamento anti-hipertensivo foi associado a um risco reduzido de mortalidade por todas as causas e de acontecimentos cardiovasculares graves, mas a um aumento de mais de duas vezes do risco de acontecimentos adversos que levaram à descontinuação. 

Os autores afirmaram que, no geral, os resultados não apoiam o tratamento anti-hipertensivo no intervalo de TAS de 130-140 mm Hg, exceto em doentes com DAC estabelecida, acrescentando que, mesmo neste grupo, “os benefícios devem ser equilibrados contra potenciais perigos para doentes individuais”.