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Novo protocolo para o tratamento de talassemia é proposto por estudo brasileiro

16/11/2016

Doença hereditária, popularmente conhecida como anemia do mediterrâneo, pode ser tratada com anlodipina

Uma das complicações de saúde que os portadores de talassemia major mais temem é o acúmulo de ferro nas células do coração, que pode resultar em insuficiência cardíaca ou arritmias fatais. Porém, pesquisadores brasileiros, em estudo publicado na revista Blood, demostraram que a doença hereditária pode ser enfrentada com a utilização diária de um fármaco barato e com poucos efeitos colaterais, a anlodipina. A substancia está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de hipertensão.

“Esse fármaco tem sido usado na clínica há décadas e é considerado seguro para adultos e crianças. Pode ser aliado à terapia convencional com grande benefício para os pacientes e poucos efeitos colaterais”, explica o pesquisador do Instituto de Ensino e Pesquisa José Michel Kalaf, em Campinas.

Para Juliano de Lara Fernandes, que coordenou o estudo, a talassemia major é provocada por uma mutação genética que prejudica a estrutura da hemoglobina, proteína que concede a cor avermelha ao sangue. O resultado é a formação de hemácias mais frágeis, com menos tempo de duração no organismo e menor capacidade de carregar oxigênio.