Informativo

Novas descobertas sobre a doença de Chagas

19/06/2017

A pesquisa que investigou o parasita responsável pela doença de Chagas, Trypanosoma cruzi, teve como prioridade analisar a forma chamada “epimastigota”, localizada no tubo digestivo do barbeiro. Nos resultados ficou claro que, nesta fase, o parasita apresenta características biológicas que nunca haviam sido evidenciadas antes, questionando o paradigma de que as formas epimastigotas não são infectivas ao hospedeiro mamífero.

Rafael Kessler, pesquisador do Laboratório de Genômica Funcional da Fiocruz Paraná revela que “a pesquisa mostrou, que diferentemente do que se acreditava há mais de um século, epimastigotas recém diferenciados destacam-se por suas características relacionadas à infectividade ao hospedeiro mamífero, tanto em cultivos celulares in vitro como em modelo animal in vivo, à resistência ao sistema imune inato do hospedeiro mamífero e à expressão de diferentes fatores de virulência em comparação com as demais formas de ciclo de vida do parasita”. De acordo com ele, a partir deste momento pode ser possível compreender o motivo pelo qual a infecção por T. cruzi por meio da ingestão de alimentos com insetos barbeiros manifesta uma fase aguda.

O estudo desenvolvido pelo Instituto Carlos Chagas (ICC) durou seis anos e foi capa da edição de junho da revista científica Molecular Microbiology. O produto deste trabalho foi o estabelecimento de uma nova linha de pesquisa que destaca a interação do parasita com o hospedeiro.