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Mulher grávida infectada com dengue apresenta risco de óbito três vezes maior do que gesta

24/07/2018

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dengue coloca um quarto da população mundial sob riscos de saúde. Nesse contexto, um estudo indica que atenção à mulher grávida infectada com dengue deve ser ainda maior, devido ao risco de morte ser três vezes maior do que em gestantes sem a doença. O risco de óbito materno chega a ser 450 vezes maior quando a mulher possui dengue hemorrágica.

A pesquisa faz parte da tese de doutorado de Enny Paixão, pesquisadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia). Para obter as evidências, a pesquisa usou dados obtidos de bases governamentais. O estudo foi realizado por meio da técnica linkageprobabilístico, em que as informações (como nome e data de nascimento) de diferentes bases são cruzadas com o intuito de encontrar o mesmo indivíduo.

Entre 1º de janeiro de 2007 e 31 de dezembro de 2012, houve 10.259 registros de óbitos maternos por diferentes causas. Para compor a amostra estudada, foram excluídos os registros de mulheres com diagnóstico de aborto ou com os óbitos fetais (pois o grupo de comparação eram nascidos vivos), os óbitos de mulheres que não foram associadas nem com os óbitos fetais, nem com os nascidos vivos, e aqueles que não havia como atribuir a situação de dengue ou não. Assim, ao final, foram utilizados 4.053 mortes maternas e 17.391.826 nascidos vivos como grupo comparação.

Os resultados do estudo demonstram a importância de priorizar os exames de diagnóstico de dengue durante o período gestacional. Quando a dengue foi diagnosticada por análise dos sintomas, esse grupo revelou três vezes mais riscos de morte. Já quando o diagnóstico foi confirmado por exame laboratorial, esse risco aumentou em oito vezes.