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Médica brasileira desenvolve método inédito para tratar espinha bífida

15/03/2017

A doutora e ex-pesquisadora da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), que coordena a linha de pesquisa no Hospital Albert Einstein, Denise Araujo Lapa Pedreira, desenvolveu um método de correção pré-natal da mielomeningocele fetal que já foi realizado em mais de 40 cirurgias.

Denise elaborou um procedimento mais seguro tanto para a mãe quanto para o feto, utilizando a abordagem alemã fetoscópica, também chamada de SAFER, que é pouco invasiva. A técnica se assemelha a uma laparoscopia, mas, ao contrário desta, é necessário usar uma ultrassonografia para identificar a placenta, o feto e a lesão.

“Essa abordagem fetoscópica já estava sendo feita na Alemanha, mas a técnica de correção do defeito propriamente dita é nossa, brasileira e inédita. Foi desenvolvida 100% aqui no Brasil, com verba Fapesp. É um produto nacional”, aponta.

Há dez anos, a cirurgia de correção pré-natal da mielo tem sido feita no Brasil “à céu aberto”, isto é, abrindo a barriga e o útero da mãe e expondo o feto, aumentando muito os riscos de ruptura do útero.

A mielomeningocele fetal, conhecida por espinha bífida ou mielo, é resultado de um defeito congênito no fechamento das estruturas que protegem a coluna vertebral, deixando a medula exposta ao líquido amniótico da placenta, o que ocasiona comprometimentos motores e neurológicos ao bebê.

Quando o tubo neural, que dá origem à nossa coluna, não é fechado - o que deve ocorrer na sétima semana de gestação - o liquor, um líquido produzido em nosso cérebro que circula pela medula, pode vazar e provocar hidrocefalia.