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Infectologista chama a atenção para os riscos de surto da Candida auris

22/08/2017

A bactéria Candida auris pode sofrer transformações de grande dimensão, gerando graves problemas de saúde pública, principalmente quando mencionadas as infecções hospitalares. O alerta é da infectologista e professora Maria Luiza Moretti, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e, por esta razão, sugere que o microrganismo merece estudos mais aprofundados.

A bactéria é constituída por um grande número de espécies e, entre elas, a albicans são, em sua maioria, as grandes responsáveis pela infecção em humanos. Elas são causadoras de mais de 50% das infecções por Candida, tropicalis, parapsilosis e glabrata.Essas contaminações são sistêmicas e, uma vez disseminadas pelo sangue, podem atingir diversos órgãos, o que se denomina candidemia.

A ocorrência da infecção pela bactéria foi notificada pela primeira vez no Japão, em 2009. Os grupos mais vulneráveis à contaminação são aqueles formados por pacientes internados em unidades de terapia intensiva, geralmente, gravemente enfermos ou imunodeprimidos, como portadores de câncer e indivíduos que utilizam corticoides por um longo período.

Candida auris tem alta resistência devido à capacidade de produzir biofilmes nos quais se deposita, a fim de se defender do meio ambiente e de antifúngicos. Com o objetivo de prevenir a manifestação do microrganismo, Maria Luiza alerta para a importância da higienização das mãos por parte dos profissionais, antes e depois do atendimento de cada paciente, além da prescrição de antifúngicos e de antimicrobianos. “No laboratório da FCM, conseguimos sequenciar as amostras encaminhadas e identificar corretamente esse microrganismo para que os hospitais possam tomar medidas preventivas para evitar contaminações e surtos”, conclui.