Informativo

Fiocruz substitui 90% de Aedes aegypti por espécie modificada

26/05/2017

Projeto piloto busca eliminar a dengue por substituição de mosquitos que não são capazes de transmitir os vírus

O projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil, conduzido pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), conseguiu chegar a 90% de sucesso na substituição de mosquitos Aedes aegypti comuns, por outros que não conseguem transmitir a dengue, zika e Chikungunya. O projeto-piloto faz parte do programa internacional Eliminate Dengue: Our Challenge, e liberou mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia no bairro de Jurujuba, em Niterói (RJ). A bactéria é natural e existe em outros insetos, mas no Aedes aegypti tem a capacidade de impedir a transmissão das doenças.

A bactéria é retirada da mosca da fruta e inoculada no ovo do Aedes aegypti para que o mosquito se desenvolva com a Wolbachia em seu organismo de forma intracelular. Os insetos modificados são então liberados no ambiente e, com o tempo, a população de mosquitos é natural e gradualmente substituída pelos que não têm condição de transmitir os vírus. “Significa que 90% dos mosquitos daquela área têm redução na capacidade de transmitir as doenças. O mosquito continua lá, mas não vai transmitir dengue, zika e chikungunya”, diz o pesquisador da Fiocruz Luciano Moreira, que lidera o projeto no Brasil.

A substituição ocorre com o cruzamento entre mosquitos, segundo o pesquisador, com a transmissão da bactéria pela fêmea aos seus filhotes.