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Especialista comenta relações entre tabagismo e riscos de AVC

31/08/2017

Criado em 1986, o dia 29 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data foi estabelecida para conscientizar a população sobre os perigos do tabagismo à saúde. Um dos primeiros benefícios a quem deixar de fumar é a diminuição do risco de um acidente vascular cerebral (AVC).

“É uma estimativa, mas depois de cinco anos sem fumar, o ex-fumante já tem risco de sofrer um AVC muito próximo de quem nunca fumou”, alerta a neurologista Gisele Sampaio Silva, vice coordenadora do Departamento Científico de Doenças Cerebrovasculares, Neurologia Intervencionista e Terapia Intensiva em Neurologia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).

Para quem continua fumando, o tabagismo eleva as chances de AVC de diversas formas. “O cigarro é sabidamente um fator que contribui para a formação de placas de aterosclerose, sendo, portanto, causa frequente de AVC (cerca de 30%)”, diz a especialista.

O cigarro também contribui para as doenças de alteração cognitiva. “Hoje em dia entendemos que há uma interface muito grande entre as doenças vasculares e as degenerativas. Por exemplo, sabemos que boa parte das demências são mistas, como a doença de Alzheimer e a doença cerebrovascular juntas. Então, sendo um fator para a doença vascular do cérebro, o cigarro pode também ser um fator para alterações cognitivas”, aponta Silva.

A neurologista entende que o profissional da área deve ser treinado para encaminhar o fumante para os ambulatórios de prevenção. “Quem atende um paciente pós-AVC tem a obrigação de pesquisar todos os fatores de risco, entre eles o tabagismo, e de oferecer encaminhamento e tratamento para a cessação desse hábito”, conclui.