Björn W. Karlson e colegas relataram, na edição de outubro de 2017 do Atherosclerosis, que as estatinas melhoram o perfil lipídico em todos os sexos e grupos etários analisados. As melhoras, no entanto, dependem do sexo e da idade. O primeiro autor, Björn W. Karlson, é da AstraZeneca Gothenburg, Mölndal, Suécia, e do Departamento de Medicina Molecular e Clínica, Instituto de Medicina, Sahlgrenska Academy, Universidade de Gothenburg, Gothenburg, Suécia.
Contexto: A eficácia das estatinas em reduzir o nível de lipídios e o risco de doenças cardiovasculares está bem estabelecida. No entanto, não está muito claro se os efeitos dos lipídios mediados pelas estatinas mudam com a idade e o sexo. O objetivo do estudo foi determinar se idade e sexo estavam associados a mudanças mediadas pelas estatinas no colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL), colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL) e colesterol não HDL.
Resultados: Dados de pacientes individuais foram obtidos de 32.258 indivíduos do banco de dados VOYAGER. Mudanças em relação à avaliação basal com atorvastatina 1-80 mg, rosuvastatina 5-40 mg ou sinvastatina 10-80 mg foram determinadas em mulheres e homens estratificados pela idade (>=70 e <70 anos de idade). Todas as estatinas e doses melhoraram o perfil lipídico de maneira dependente da dose em todos os quatro grupos de pacientes. Uma redução superior a 2,1% no colesterol LDL foi observada em mulheres em comparação a homens e, pacientes >=70 anos de idade apresentaram uma redução 2,7% maior do colesterol LDL em comparação a pacientes <70 anos.
Conclusão e discussão: Enquanto as estatinas melhoram o perfil lipídico em ambos os sexos e todas as faixas etárias analisadas, as melhoras foram maiores em mulheres do que em homens e em participantes >=70 anos de idade em comparação a participantes <70 anos. Estes resultados podem ter implicações clínicas se outras coortes grandes conseguirem demonstrar uma validação independente.