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Doenças crônicas podem gerar mais sofrimento para a família do que ao próprio paciente

26/04/2017

Em pesquisa realizada pela psicóloga Maria Augusta Silva Rosa e pesquisadoras da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, foi descoberto que os pacientes avaliados apresentaram resultados mais satisfatórios quanto a questões sociodemográficas, de qualidade de vida e espirituais que seus familiares.

A psicóloga aplicou questionários aos 100 pacientes portadores de doenças crônicas e seus familiares para avaliar as questões citadas acima. Na hora de analisar os questionários, a pesquisadora percebeu que as respostas apontavam para algo que jamais imaginou. Em todos os casos, a família estava sofrendo mais que o doente, especialmente nos aspectos social, ambiental e de qualidade de vida.

Mesmo os pacientes sendo portadores de doenças como derrame, câncer, doenças do coração, diabete, deficiências auditivas e visuais, foram observados altos níveis de depressão e ansiedade nesses familiares, o que fortalece a hipótese de que, “nas circunstâncias de adoecimento crônico que ameaça a continuidade da vida, ambos, pacientes e familiares, são acometidos com sinais e sintomas depressivos e ansiosos” .

Segundo Maria Augusta, são as mudanças e adaptações que os familiares acabam fazendo para se adequarem às necessidades do paciente que acabam trazendo esses sintomas. “Para acompanhar o paciente, o familiar precisa deixar de realizar algumas atividades e a família necessita adaptar-se a condições do ambiente que dão mais conforto ao paciente, mas geram incômodo para os não doentes”, explica.