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Compostos do bagaço da uva reduzem processo inflamatório, segundo pesquisa da Unicamp

03/07/2017

Cerca de 40% dos compostos fenólicos da uva são desprezados durante o processo de produção de vinho no Brasil. Benéficos ao organismo humano, tais compostos são descartados junto ao bagaço da fruta. Com a aplicação de uma enzima produzida em laboratório, a pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Isabela Mateus Martins, extraiu do subproduto da indústria de sucos e vinhos maiores quantidades de fenólicos.

O estudo foi conduzido por ela junto à Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) e demonstrou que os fenólicos extraídos apresentaram eficácia na redução do processo inflamatório de células intestinais (CACO-2). Os biomarcadores de inflamação reduzidos foram a prostaglandina E2 (PGE2), a interleucina 8 (IL-8) e o fator de transcrição kappa B (NF-kB).

A autora explica que processor inflamatórios prolongados no organismo podem desencadear disfunções fisiológicas e levar ao diabetes, hipertensão, obesidade, câncer e doenças inflamatórias intestinais. “Após o tratamento com a enzima tanase em células intestinais tivemos um aumento de aproximadamente 25% na atividade anti-inflamatória do extrato obtido a partir do bagaço da uva”, revela.

Com o tratamento enzimático, houve aumento da atividade antioxidante e da quantidade de compostos fenólicos, que previnem e retardam a formação de radicais livres no organismo. A pesquisadora relata aumento de 51% na concentração de fenóis totais, em comparação com a amostra sem o tratamento. “Pudemos também constatar um aumento de compostos fenólicos menores e mais simples, em especial ácido gálico, quercetina e transresveratrol”, acrescenta.