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Composto é capaz de inibir sobrevivência de parasita que causa Chagas

02/05/2017

Um novo complexo apresentou resultados animadores contra o parasita causador da Doença de Chagas, conhecido cientificamente como Trypanosoma cruzi. Essa foi a descoberta de um grupo de pesquisadores do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (Crid), publicado no periódico Dalton Transactions, por meio de uma parceria entre a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e a Freie Universität Berlin, da Alemanha.

O complexo é constituído por ouro e um composto orgânico, a tiossemicarbazona. Esta segunda molécula, quando em contato com o parasita Trypanosoma cruzi, é responsável por atravessar a membrana da célula e atuar diretamente na forma mais resistente, na amastigota. Segundo uma das autoras do trabalho, a pós-doutoranda do Departamento de Imunologia e Bioquímica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da USP, Carla Duque Lopes, a tiossemicarbazona inibe a cruzaína, uma enzima essencial para a sobrevivência do parasita.

Para Carla, o ouro é um metal que pode fazer o papel de desestruturador do DNA do Trypanosoma cruzi ou atuar em algum outro local da rota metabólica. “A ideia é que o complexo metálico atue em múltiplos alvos contra ele. Entretanto, seu mecanismo de ação ainda precisa ser mais bem estudado”, diz.

Diante de outras análises do estudo, sabe-se que é preciso usar pequenas quantidades do composto para matar o parasita. “Além disso, ele não perde suas propriedades quando em estado sólido. Isso permite transportá-lo sem a necessidade de resfriamento, o que é importante, considerando que populações atingidas pela doença de Chagas nem sempre estão em locais de fácil acesso”, completa.