Informativo

Bactéria pode contribuir para redução de açúcar no sangue

12/04/2017

A microbiota intestinal vem sendo associada a diversas funções do organismo. Um estudo realizado pela Fiocruz Minas, em parceria com outras instituições, mostrou que esse conjunto, composto por cerca de 100 trilhões de micro-organismos, pode ajudar a evitar uma doença que afeta aproximadamente 300 milhões de pessoas em todo o mundo: o diabetes tipo 2. A pesquisa foi publicada na Nature Communications.

Segundo o estudo, a Akkermancia muciniphila, que está presente na microbiota intestinal, pode auxiliar na transformação da glicose em energia para o corpo, diminuindo a concentração de açúcar no sangue. Entretanto, a bactéria seria impedida de realizar essa atividade pelo Interferon-gama, uma proteína liberada pelo próprio organismo sempre que precisa se proteger contra infecções virais e de alguns protozoários e bactérias.

“Algumas pesquisas consideram o diabetes tipo 2 como uma doença inflamatória crônica, que faz com que o Interferon-gama seja constantemente liberado, conforme ocorre com as doenças autoimunes. Por meio desse trabalho, constatamos que o Interferon atrapalha o papel modulador da Akkermansia, levando ao excesso de açúcar no sangue”, explica o pesquisador do Grupo de Informática de Biossistemas e Genômica da Fiocruz Minas, Gabriel Fernandes.

“Avaliamos uma série de fatores, como quantidade de glicose, marcadores inflamatórios presentes, resistência à insulina, entre outros. Assim, verificamos que a Akkermansia e o Interferon seriam fatores determinantes da capacidade de metabolismo de glicose”, explica Fernandes.