Informativo

A cefaleia provocada pelo uso excessivo de analgésicos vem se tornando cada vez mais frequente nos consultórios brasileiros. A informação foi apresentada pelo neurologista Márcio Nattan Portes Souza, do Hospital das Clínicas de São Paulo, durante o Congresso Brasileiro e Panamericano de Neurologia, realizado na capital paulista em outubro.

Segundo ele, o paciente que sofre constantemente com dores de cabeça e passa a abusar da medicação pode desenvolver ainda mais cefaleia. “A gente observa que o paciente sabe disso, pois o efeito do analgésico começa a diminuir. Antes, a dor melhorava completamente, agora não melhora tanto. Antes, o paciente ficava três dias sem dor depois que tomava um analgésico, agora ele fica metade de um dia e a dor volta”, afirma o médico.

O especialista lembra que, por ser um desconforto comum entre a população, poucas pessoas procuram ajuda médica, o que só piora o problema. A Sociedade Brasileira de Neurologia recomenda que, em casos de mais de três dias com dor de cabeça por mês ou de mais de três meses de dores de cabeça frequentes, é preciso procurar a ajuda de um neurologista.

Quando a cefaleia dura mais de 15 dias (com oito dias de características típicas da doença), em um mês já pode ser considerada crônica. Essa forma mais grave de cefaleia afeta 15% da população mundial. Entre os que sofrem de enxaqueca, o abuso de analgésicos também está presente: de 25% a 50% dos pacientes fazem uso excessivo desses medicamentos.