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Anabolizantes comprometem funcionalidade do HDL

04/12/2017

Com a popularidade do estilo de vida fitness das diversas academias espalhadas pelo país, o uso de anabolizantes tem se tornado cada vez mais comum, apesar dos conhecidos malefícios para a saúde que eles causam. Uma pesquisa do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) verificou mais um deles: o efeito dos esteroides na funcionalidade do HDL, a lipoproteína de alta densidade.

Ao final dos exames, foi revelado que um a cada quatro usuários de anabolizantes sofria de aterosclerose precoce, doença que não foi diagnosticada em nenhum dos outros grupos estudados. O estudo acompanhou três grupos distintos que passaram por exames de sangue e tomografias para a avaliação das artérias coronárias. Foram analisados 21 praticantes de musculação que utilizavam anabolizantes, 20 praticantes não usuários e dez pessoas sedentárias.

“É como se o HDL não conseguisse identificar e separar as partículas ruins de colesterol para retirá-las do sangue”, explica Maria Janieire Alves, cardiologista do InCor e líder do grupo de pesquisa sobre o impacto da autoadministração de esteroides androgênicos anabolizantes no sistema cardiovascular.

“Isto significa que os receptores do HDL em pessoas que usam anabolizantes estão apresentando defeitos. Além de estarem presentes em pouca quantidade, eles também não conseguem captar corretamente essas lipoproteínas presentes no sangue para jogá-las fora”, diz a cardiologista.